Histórico

HISTÓRICO DO LABORATÓRIO DE FITOQUÍMICA (IB-USP)

A origem do Laboratório de Fitoquímica (LF) do Dept. de Botânica (DB), IB-USP remonta à época das profundas transformações pelas quais passou a USP com a implantação da Reforma Universitária, que teve início em 1968. Foi determinado que a pesquisa e o ensino de ciências básicas seriam centralizados em institutos. Foram assim criados, por exemplo, os Institutos de Química, Geociências, Ciências Biomédicas e Biociências. Coube a este último a atribuição de desenvolver a pesquisa e o ensino de Botânica, entre outras áreas da Biologia.

Como consequência da Reforma Universitária, docentes da antiga Faculdade de Farmácia e Odontologia, encarregados do ensino de Botânica para alunos de Farmácia e Bioquímica, foram transferidos para o Instituto de Biociências (IB). Entre os professores que foram integrados ao corpo docente do IB estavam os Profs. Astolpho de Souza Grotta e Orestes Scavone, que depois se tornariam chefes do Departamento de Botânica (DB) do IB. Outros docentes do grupo foram os Profs. Sylvio Panizza e Fernando de Oliveira.

Poucos anos após a implantação da Reforma Universitária, um docente da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, o Prof. José Bonzani da Silva, foi transferido para o IB, integrando-se à equipe docente do DB. O Prof. Bonzani tinha experiência em Farmacognosia, área de pesquisa que combina conhecimentos de Botânica e Química. Ele adaptou um espaço do DB, que atualmente corresponde à sala 154, para atividades de ensino e pesquisa, envolvendo extração de substâncias de tecidos vegetais e análise cromatográfica dos extratos obtidos. A sala 154 era conhecida como Laboratório de Cromatografia.

Foi nessa época, em 1970, que os programas de Pós-Graduação (PG) foram implantados no Brasil. O DB tornou-se o pioneiro no ensino de PG em Botânica no país. O Prof. Bonzani introduziu duas disciplinas no curso de PG em Botânica: Cromatografia em Camada Delgada e Quimiotaxonomia.

Poucos anos depois, o Prof. Fernando de Oliveira foi transferido para a Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Para substituí-lo, foi contratado o Prof. Antonio Salatino em 1973, na função de Auxiliar de Ensino. Esse docente ingressou no Mestrado em 1974, sob orientação do Prof. Bonzani, e posteriormente cursou o Doutorado. Em 1976, foi aberto concurso no DB para contratação de novo docente. Foi assim que a Profa. Maria Luiza Faria Salatino ingressou no DB, na função de Auxiliar de Ensino. Cursou mestrado e doutorado sob orientação do Prof. Bonzani.

Pouco tempo depois, foi obtido apoio do Conselho e Chefia do DB para reforma da sala 154. Foram construídos armários e bancadas de alvenaria. O piso, então de madeira, foi substituído por cerâmica. Com apoio da FAPESP, foram adquiridos equipamentos fundamentais para a pesquisa em fitoquímica, como evaporador rotatório, chapas aquecedoras e estufas. Passou-se então a adotar a designação “Laboratório de Fitoquímica” (LF) para referir-se ao espaço e ao grupo de docentes que realizavam pesquisas na sala 154 do DB.

Na década de 1980, novamente o Conselho e a Chefia do DB apoiaram a realização de melhorias no LF. Nessa ocasião, a atual sala 151, que vinha sendo utilizada para a realização de reuniões do Conselho de Departamento, foi adaptada para pesquisas em fitoquímica, com a construção de bancadas e armários, colocação de pias e tanques de lavagem, além de substituição do piso. Na mesma época, auxílio para um projeto conjunto do DB sobre estudos da vegetação da Serra do Cipó foi aprovado pelo CNPq. Foi então adquirido o primeiro cromatógrafo a gás pelo LF, que foi utilizado durante vários anos na sala 151.

Em meados da década de 1990, uma mudança de alta relevância ocorreu no IB. Foi construído o atual Centro Didático, que possibilitou a ampliação de áreas dos laboratórios de pesquisa nos edifícios Ernesto Marcus e Andre Dreifus, anteriormente usadas para ministrar aulas. Pouco tempo depois, houve investimento na melhoria dos laboratórios do DB, mediante recursos de reserva técnica institucional da FAPESP. Entre as medidas que beneficiaram o LF, houve expansão da área do Laboratório, que culminaram com a ocupação das atuais salas 141 e 147, que foram adaptadas para pesquisas em fitoquímica.

No início da década de 1990, o Prof. Bonzani aposentou-se. O claro docente foi preenchido com a contratação da Profa. Déborah Yara A.C. dos Santos. Em 2010, houve ampliação da equipe docente do LF, com o da Profa. Dra. Cláudia Maria Furlan.

Em 2012, o Prof. Salatino aposentou-se, mas vem desde então mantendo atividades docentes na condição de Prof. Sênior, mediante contrato de adesão e permissão de uso junto ao DB. Em 2014, o claro aberto pela sua aposentadoria foi preenchido com a contratação do Prof. Marcelo J.P. Ferreira.

Com as reformas levadas a efeito em um edifício na área do Fitotério do DB, denominado UNIEXPLANT, ocorreu a última ampliação da área do LF. Uma sala do UNIEXPLANT vem sendo utilizada para a manutenção de microrganismos e realização de ensaios microbiológicos.

A ampliação e modernização do instrumental do LF vem sendo feita periodicamente, mediante solicitações de auxílio a projetos submetidos a agências de fomento por todos os docentes integrantes da equipe do Laboratório.